A informação do título é do hidrólogo Guilherme Miranda (Epagri/Ciram), um dos participantes da reunião realizada na manhã de sexta-feira (11), na sede do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (CEPA), Florianópolis. Miranda lembrou que o período de chuvas abaixo da média histórica se prolonga há quatro meses. Mas problema não está só aí. Também preocupa a queda nos reservatórios dos lençóis freáticos, o que contribui para a grave redução no volume dos rios. Por isso mesmo, o pior problema é a falta de água para abastecimento. Grande Florianópolis, Litoral Sul e Alto Vale do Itajaí são as regiões já classificadas como em “emergência”. O segundo bloco em pior situação é formado por Grande Oeste e Planalto Norte.
Setor agrícola, geralmente o que mais sofre nesses períodos, ainda não está se ressentindo. A analista de Socioeconomia Glaucia Padrão (Epagri/CEPA) contou que está aberta a “janela de plantio”, especialmente para tomate, batata, arroz e milho silagem. Ou seja, existe atraso, mas não prejuízo. Por outro lado, as safras de inverno – alho e cebola, principalmente -, tiveram um custo maior de produção, uma vez que foi preciso recorrer a sistemas de irrigação no período de plantio.
O meteorologista Clóvis Corrêa, também da Epagri/Ciram, disse que há previsão para um volume maior de chuva na semana de 13 a 19 de outubro, mas sem distribuição regular. Em alguns pontos do estado poderá haver acumulados entre 40 e 50 milímetros e, noutros, bem menos que isso. E depois? “Não temos como afirmar”, respondeu, adiantando que os volumes da próxima semana não serão suficientes para normalizar o nível dos rios.
As reuniões de avaliação têm acontecido semanalmente e será assim até o final da crise hídrica. O encontro de sexta-feira teve a participação do secretário de Estado da Agricultura e Pesca, Ricardo de Gouvêa, da presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, e de representantes de diversas entidades, como Fecoagro, Ocesc, Sindicarnes, Fetaesc e Faesc, além da Casan.
Sentimento de insegurança
O secretário nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo, esteve em Florianópolis nesta sexta-feira (11) e disse que, apesar da redução de índices de violência no país, “o sentimento de segurança ainda não é bom”. Para contornar o problema, citou diversas ações em andamento. Entre elas, a tentativa de recuperar parte dos quase R$ 500 milhões de verba contingenciada pelo governo. Theophilo foi o palestrante da vez do Momento Brasil, série de eventos promovidos pela Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), com o apoio das associações de Diários e de Jornais do Interior (ADI-SC e Adjori-SC), e que discute o cenário político com autoridades nacionais. Ele reiterou que o Ministério da Justiça e da Segurança Pública vai basear as ações nos próprios estudos sobre criminalidade em detrimento de informações de outros órgãos. Defendeu a integração das forças policiais, mais rigor em presídios e valorização do emocional de agentes. “Hoje, perdemos mais soldados em suicídio do que em combate”, lamentou. Também defendeu a transformação da Força Nacional em Guarda Nacional, projeto que tramita no Senado. “Hoje, eu sangro os estados. Tiro os melhores homens”, afirmou. Além disso, reclamou da cobertura da imprensa – “não a de Santa Catarina”-, em casos como o da menina Ágatha, de oito anos, assassinada no Rio de Janeiro. Segundo Theophilo, os veículos se precipitaram. “Nem se sabe de onde veio o tiro”, firmou. Homem forte do ministro Sergio Moro, o palestrante anunciou que quer criar o selo Amigo da Segurança Pública para empresas que derem descontos para policiais, bombeiros e outros agentes do setor.
Prefeitos, uni-vos! As comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Assuntos Municipais promovem audiência pública conjunta no começo da tarde de segunda-feira (14), no Plenário da Assembleia. Debatem proposta que altera critérios de distribuição do retorno do ICMS aos municípios. Deputado Jerry Comper (MDB), proponente, quer a redução da fatia até agora distribuída na proporção do movimento econômico, separando 3%, estimado em cerca de R$ 160 milhões, para destinação exclusiva entre municípios com até 10 mil habitantes. A matéria está em análise na CCJ, cujo presidente, deputado Romildo Titon (MDB), vai conduzir a audiência, que promete atrair a participação dos maiores interessados no assunto, os prefeitos.
Soberania Pela manhã, também na Assembleia, mas no Auditório Antonieta de Barros, acontece a audiência pública Em Defesa da Soberania das Estatais, promovida pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, do Congresso. Quem está chamando para a audiência é o deputado Pedro Uczai (PT), voz dissonante na bancada catarinense.
O evento A Investigação Criminal na Era da Informação, promovido pela Associação dos Delegados de Polícia (Adepol-SC) e marcado para os dias 22 e 23, não acontecerá na sede da entidade como dissemos, mas na Academia de Polícia Civil (Acadepol-SC). Inscrições podem ser feitas no site adepolsc.org.br