Por Andréa Leonora
Especial para ADI-SC/Adjori-SC/SCPortais/RCN Online
Florianópolis – A economia catarinense cresceu somente 0,6% no primeiro semestre de 2019, sobre mesmo período de 2018, de acordo com o Índice de Performance Econômica das Regiões de Santa Catarina (IPER). O estudo foi divulgado na tarde dessa segunda-feira (30) pelo presidente da Federação das Associações Empresariais (Facisc), Jonny Zulauf, e pelo economista da entidade, Leonardo Alonso Rodrigues. O percentual parece ruim, mas não se a análise for sobre um período maior. Considerando 12 meses (junho de 2018 a junho de 2019), o IPER-SC sobe para 2,9%. Além disso, diferentemente do país, Santa Catarina cresceu 6,1% no primeiro semestre de 2017 e 9% de janeiro a junho de 2018, base alta sobre a qual mesmo um índice baixo é capaz de impactar positivamente.
No comparativo entre as regiões catarinenses, o melhor desempenho foi do Extremo Oeste (5,2%), seguido do Norte (3,2%) e do Oeste (1,8%), bem acima da média estadual de 0,6%. As de pior desempenho foram Serra (-3,6%), Noroeste (-2,9%) e Grande Florianópolis (-1,9%). Considerando os últimos 12 meses, o Norte salta para o topo do ranking das regiões, com 5,4% de incremento na atividade econômica, e a Serra mantém a mais baixa posição, com crescimento negativo de 2,2%.
Frustração
Zulauf destacou que mesmo diante de números aparentemente tímidos, Santa Catarina está muito à frente do Brasil. “Houve um recuo, mas dentro da nossa realidade. Ainda assim, cabe a expressão ‘frustrante’ para o primeiro semestre, porque esperávamos que com a posse do presidente Bolsonaro a economia iria deslanchar, como percebemos que ocorreu logo depois da eleição dele”, observou.
Entre as causas para a reação da economia brasileira não ter sido como o esperado estão, segundo o líder empresarial, o atraso nas reformas estruturantes – previdência, tributária e o aprofundamento da reforma trabalhista que “virá a reboque”. “O mundo lá fora está esperando”, disse, mostrando que o Brasil está perdendo tempo para retomar o ritmo econômico.
Por outro lado, Zulauf está apostando nos recursos via financiamento que a Caixa Econômica Federal deve colocar no mercado imobiliário, em valores ilimitados e para pessoa física ou jurídica; e no incentivo que micro e pequenas empresas (MPEs) devem receber dos bancos de fomento, especialmente BNDES e BRDE. “São 13 milhões de MPEs no país. Se cada uma, por conta desse incentivo, abrir uma vaga, acaba o desemprego”, calculou.
O cenário descrito pelo presidente da Facisc é positivo mesmo com a perspectiva de recessão econômica mundial causada pela crise dos Estados Unidos com a China e também com o mundo árabe. Ele acredita que o país será beneficiado, uma vez que a América do Sul receberá os recursos dos investidores internacionais, com foco no Brasil, que terá maior segurança jurídica e demanda suficiente. Conforme Zulauf, para melhorar as projeções só vai ficar faltando aprovar a independência do Banco Central, ainda em 2019.