Até o final do ano, projetos de geração distribuída vão acrescentar 628,5 Megawatts (MW) em capacidade solar ao Brasil, um crescimento de 125% em relação a 2018. A estimativa é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Entre os principais usuários da tecnologia está o setor do agronegócio, que começa a perceber as vantagens competitivas. Um exemplo em Santa Catarina é a Itaberry Frutas Finas, que desde janeiro gera de maneira sustentável praticamente toda a energia elétrica consumida na atividade.
Criada em 2012 em Itá, no Oeste do estado, a Itaberry produz amora, framboesa e mirtilo (blueberry), conhecido como “fruta da longevidade” pelas propriedades antioxidantes de seus compostos ativos. “Nosso projeto atende três objetivos”, explica o sócio administrador Gleison Minella. “Além de gerar energia e atrair turistas, a estrutura coberta onde estão os painéis serve para receber a mercadoria.”
A empresa investiu R$ 242 mil na solução, mais R$ 30 mil na infraestrutura, e espera recuperar o valor em menos de cinco anos. “Para nós está sendo muito bom, e mesmo no inverno tem gerado bastante energia”, avalia Minella. Com 140 painéis e potência instalada de 58,86 Kilowatts/pico (KWp), o sistema tem vida útil de 25 anos
Economia
Com 140 painéis e potência instalada de 58,86 Kilowatts/pico (KWp), o sistema tem vida útil de 25 anos e, ao final desse prazo, deve gerar uma economia projetada em R$ 50 mil já no primeiro ano de utilização. A conta de energia, que ficava entre R$ 4 mil e R$ 4,5 mil mensais, foi reduzida em 90%. “Nós financiamos 100% do investimento e o valor que pagamos na parcela é menor que o valor que pagávamos na conta de luz anteriormente”, compara o administrador. O projeto e a instalação foram realizados pela Engie, uma das principais fornecedoras de sistemas fotovoltaicos do Brasil, com mais de 2.300 clientes e que planeja dobrar a participação no mercado de geração distribuída em 2019, com foco no segmento empresarial e de condomínios.
A Itaberry está localizada em uma área de 13 hectares na margem do lago da Usina Hidrelétrica Itá, usina hidrelétrica da própria Engie em consórcio com Cimentos Itambé e CSN. A proximidade com o reservatório traz duas vantagens ao empreendimento: amplitude climática e a possibilidade de irrigar as plantações.
A maior parte da energia consumida pela produtora de frutas finas se destina ao sistema de processamento e armazenamento e à captação de água do reservatório para a irrigação. Vários gestores de agroindústrias têm visitado a empresa para conhecer a solução, que é elogiada pelo empreendedor: “Vamos estar bem atendidos de energia elétrica por um bom período”.
Na linha oportunidade não se perde, com o aumento no número de visitantes, Minella e os sócios decidiram abrir outra empresa, o Empório do Mirtilo, uma loja com mais de 30 produtos derivados como sucos, sorvetes, doces, geleias, licores e cervejas. Na safra, entre setembro e dezembro, a propriedade investe no turismo de experiência. Oferece como atrativo o “colha e pague”, passeio em que os turistas podem participar da colheita, comer as frutas direto do pé e levá-las para casa.
(Da assessoria, com edição)