19/06/2019
A Capital catarinense amanheceu, mais uma vez, sob o impacto de prisões temporárias e ações de busca e apreensão. Na Operação Chabu, deflagrada no amanhecer de ontem pela Polícia Federal de Brasília, o nome que mais chama a atenção é o do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, que se desfiliou do MDB no dia 28 de maio. A ação teve como objetivo desarticular uma organização que viola sigilo de operações policiais em Santa Catarina, e que começou a ser identificada a partir de outra operação, a Eclipse, realizada em 2018.
Dos sete conduzidos temporariamente, quatro nomes vazaram logo cedo para a imprensa – além do prefeito Loureiro, o ex-secretário estadual da Casa Civil Luciano Veloso Lima (período Eduardo Moreira), o agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF-SC) Marcelo Roberto Paiva Winter e o delegado Fernando Cairon, da própria PF. Entre os 23 mandados de busca e apreensão, um foi efetivado no quinto andar da sede da Prefeitura de Florianópolis, onde os agentes permaneceram do começo da manhã até o começo da tarde. De lá saíram carregando malotes e mochilas com materiais recolhidos.
Outro foi na sede do Grupo Nexxera, que atua no segmento de troca eletrônica de dados. Por nota, a empresa disse desconhecer o motivo da investigação em sua sede. Também por nota, a Prefeitura de Florianópolis divulgou que “informações preliminares dão conta de que não há nenhum ato ou desvio de recursos públicos relacionados à prefeitura e de que a suposta relação entre o prefeito Gean Loureiro e os envolvidos não teria nenhuma ligação com eventuais atos”. No final da tarde de ontem, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) determinou o afastamento de Gean Loureiro do cargo de prefeito pelo prazo de 30 dias. Até o fechamento desta edição, nenhum dos presos havia sido liberado.
Assuntos municipais
O debate sobre a viabilidade dos pequenos municípios aproximou integrantes da bancada estadual do MDB. Os deputados Mauro de Nadal, vice-presidente da Assembleia, Romildo Titon, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o líder, Luiz Fernando Vampiro, e o colega Volnei Weber têm prestigiado as audiências da Comissão de Assuntos Municipais, presidida pelo deputado Jerry Comper, as últimas duas realizadas em Capinzal e Cunha Porã com grande participação de lideranças do Meio-Oeste e Extremo-Oeste. Entre os encontros, os emedebistas aproveitam para colocar a conversa política em dia no ambiente oxigenado do meio rural.
Outros nomes De acordo com comunicado do TRF4, são estes os outros nomes levados à prisão temporária: José Augusto Alves, Luciano da Cunha Teixeira e Hélio Sant’Anna. Estes, e ainda Cláudio Roberto Bocorny e Romanna Remor, secretária municipal de Assistência Social de Criciúma, estão impedidos de contato com Loureiro.
Chabu O termo não é muito conhecido em Santa Catarina, sendo mais comum nas regiões Sudeste e Nordeste do país. Pelo dicionário, significa “falha que ocorre em fogos de artifício, que não detonam nem acendem ou que estouram imprevistamente”. Popularmente, costuma-se falar “deu chabu” em situações de confusão, brigas, discussões e, agora, em operação da Polícia Federal.
Repercussão A operação Chabu e as prisões efetivadas repercutiram na Assembleia Legislativa, ainda que de modo muito discreto. A falta de informações mais claras levou deputados e assessores a um comportamento conservador nos comentários, sem tomada de posição, sem discursos, sem apontar culpados. Os próximos dias devem trazer mais novidades, não só da Operação Chabu, mas também da Operação Alcatraz, deflagrada no final de maio.
Bandeira branca hasteada na bancada do MDB. Deputado Valdir Cobalchini voltou a frequentar as reuniões com os colegas deputados. Além disso, o próprio líder, da bancada, deputado Luiz Fernando Vampiro, oficializou a substituição de Fernando Krelling por Cobalchini na Comissão de Finanças. Krelling ainda se recupera de uma cirurgia na coluna. Ao contrário, o deputado Moacir Sopelsa continua mantendo distância dos colegas emedebistas.