A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) busca ampliar a discussão e apoia o Maio Roxo, período de conscientização das doenças inflamatórias intestinais (DIIs). A Retocolite Ulcerativa (RCU) e a Doença de Crohn (DC) são umas dessas enfermidades e podem ter manifestações extra intestinais em 30% dos portadores, como problemas oculares, articulares, de pele, aftas orais, de vias biliares e fígado. Pacientes diagnosticados com DII têm maior risco de câncer colorretal e após oito ou 10 anos do diagnóstico, é recomendada a realização periódica de colonoscopia.
“As DIIs são geralmente diagnosticadas a partir dos 30 anos e em ambos os sexos. Estes pacientes podem ter limitações temporárias ou definitivas de suas rotinas de trabalho, bem como de convivência social e familiar. Conforme o caso, o paciente pode sofrer abalos de imagem, com dificuldades para ganho de peso, aparecimento de fístulas, interferindo inclusive na vida sexual”, relata a médica coloproctologista do corpo clínico do Gastro Medical Center – clínica de Florianópolis – Juliana Stradiotto Steckert.
As DIIs não têm cura e a origem não está completamente esclarecida. Basicamente, elas resultam em uma má regulação da imunidade do intestino. Existe uma “hipótese da higiene” para justificar as doenças: pessoas menos expostas a infecções na infância ou condições anti-higiênicas, perdem microrganismos potencialmente “amigáveis” ou organismos que promovem o desenvolvimento das células T regulatórias, ou não desenvolvem um repertório imune suficiente porque não tiveram contato com organismos agressivos. “Outras hipóteses incluem mudanças para uma dieta e estilo de vida ocidentais, incluindo medicamentos e vacinas”, acrescenta Juliana.
A médica afirma que o diagnóstico precoce e o tratamento podem permitir o controle das DIIs. Os medicamentos contribuem para proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes. “Em muitos casos, o diagnóstico das DII é retardado pelo desconhecimento de suas principais manifestações clínicas. Exames complementares auxiliam o médico no diagnóstico e cada paciente será orientado de acordo com o seu quadro clínico, não estando descartada a cirurgia”, diz Juliana, que alerta: “O paciente precisa estar atento aos sinais. Assim que observar algo de errado, deve procurar o médico para ter o diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes”, conclui.