Henrique Meirelles prevê retrocesso econômico dependendo de quem for eleito em 2018

O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles falou, no início da tarde, na sede da Federação das Indústrias (Fiesc), sobre os desafios e as perspectivas da economia para este ano. Ele veio ao estado à convite do LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) de Santa Catarina. Durante o almoços-debates, Meirelles defendeu a privatização e reforçou a importância do resultado das eleições gerais de 2018 para o sucesso ou o retrocesso da economia brasileira.

Pela manhã, ele foi recebido em um café da manhã na Casa D’Agronômica, convidado do governador Eduardo Pinho Moreira. Os dois são do mesmo partido, MDB, e apostam na continuidade das reformas para que o país se afaste cada vez mais da crise econômica.

 

Confira abaixo alguns momentos e declarações feitas por Henrique Meirelles na palestra:

Crise de 2014-16

“Tivemos um período de queda de atividade, com queda de PIB de mais de 7% entre 2014 e 2016.” De acordo com Meirelles, foi uma crise mais profunda que a chamada grande depressão de 1929, que começou nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo. Mas com uma diferença: “Aquela foi importada. Esta foi criada por nós, brasileiros.”

Crescimento de 2017

Meirelles falou da forte retomada percebida em 2017, que continua em 2018, quando o PIB deve chegar a 3% de crescimento. Ele mostrou gráficos indicando o salto no consumo de bens duráveis, sinal do nível de confiança das famílias na recuperação da economia do país. Outro ponto positivo destacado pelo ex-ministro é a queda inflacionária.

Empregos

Segundo Meirelles, o Brasil chegou a ter mais de 92 milhões de brasileiros empregados. Apesar de ter acontecido uma queda importante no pior momento da crise,  nos dois últimos anos foram criados mais de 2 milhões de postos de trabalho. Ele aposta em mais incremento até o final do ano.

Inflação

“Inflação é a menor da história e está controlada. Cremos que continuará assim e com a taxa de juros baixa.” Teto de gastos, recuperação fiscal dos estados e outras medidas tomadas pelo atual governo contribuíram para esses resultados, defendeu o ex-ministro.

Reformas fundamentais

“Reforma trabalhista e terceirização vão mudar toda a relação de trabalho no Brasil.” Meirelles destacou que o Banco Mundial aponta o Brasil como tendo baixa produtividade. Esse cenário será corrigido com as reformas ao longo do tempo, acredita. Ele apresentou uma lista com 15 itens, medidas previstas para, segundo ele, recuperar ainda mais a economia do país. Entre elas está a reforma da Previdência.

Privatização

Entre os itens, a privatização. Meirelles lembrou o período de dificuldades da Telebrás antes da desestatização, uma vez que faltavam recursos para investimento. “O mesmo acontece hoje com o setor energético. O país não tem dinheiro para investir porque tem gastos enormes, como, por exemplo, com a Previdência.”

Eleições

Sobre o cenário político, Meirelles disse que tudo o que foi feito e que está dando resultado foi neste governo. E previu que há risco de retrocesso, dependendo de quem for eleito. “Colocamos nosso nome à disposição do partido e o objetivo é continuar trabalhando no sentido do desenvolvimento. É muito importante que se faça a escolha adequada para que a economia continue a crescer.”

Relacionou ainda a reforma do Ensino Médio, o maior investimento em Segurança, especialmente nas fronteiras, mudanças no setor de Saúde Pública e melhoria no serviço público em geral.

Impostos

“Essa receita dando certo, pode-se pensar na redução da carga tributária no país.” Ele rechaçou a possibilidade de aumentar impostos. “O crescimento da receita do Estado será pela via do desenvolvimento sustentável”, de acordo com o ex-Ministro.

(Editado por Taynara Nakayama, com informações de Andréa Leonora)