O PDT de Santa Catarina oficializou nesta terça-feira (27) o apoio ao projeto do deputado Gelson Merisio (PSD) de concorrer ao Executivo estadual nas próximas eleições. Com as bênçãos da Executiva nacional, o partido também definiu o presidente estadual, Manoel Dias, ministro do Trabalho no governo Dilma Rousseff, como único candidato catarinense à Câmara Federal, além da meta de eleger três deputados estaduais.
Cada decisão e cada meta tem um único propósito: garantir palanque para Ciro Gomes no estado, já confirmado como pré-candidato do PDT à presidência da República, em um projeto que está sendo minuciosamente costurado pelo presidente do PDT nacional, Carlos Lupi. Aliás, foi Lupi quem recebeu Merisio no evento dos pedetistas catarinenses.
Presidente do PSD-SC, ele chegou ao ato mostrando sua força, na companhia do presidente do PP, deputado Silvio Dreveck, e de deputados da bancada estadual de seu partido – Milton Hobus, líder da bancada, Darci de Matos, Jean Kuhlmann e Antonio Aguiar, este filiado na semana passada, vindo do MDB.
O deputado Rodrigo Minotto, único do PDT na Assembleia e responsável pela costura que levou à aliança, disse que o apoio a Gelson Merisio é motivado por suas “virtudes pessoais”. E enumerou: “O Merisio é um homem de coragem, um homem determinado, de tomada de decisões”. Carlos Lupi e Manoel Dias colocaram o apoio ao presidente do PSD no estado como natural, uma vez que Merisio se declarou simpatizante da candidatura de Ciro Gomes à presidência.
Por sua vez, o próprio Merisio justificou a união dos dois partidos em torno de sua candidatura: “O que nos une nesse projeto é a compreensão sincera de que o Estado existe para duas coisas fundamentais. Ser um regulador de oportunidades e um protetor dos desamparados, cuidar das pessoas que estão na periferia da nossa sociedade”.
Patrimônio
Em seu discurso, ainda antes da chegada de Gelson Merisio ao encontro dos pedetistas, Manoel Dias provocou os brios dos presentes ao afirmar que o PDT é o único partido do campo popular com ficha limpa. Em sua avaliação, por isso mesmo é também o único partido que pode “conter o governo golpista”, considerando a eleição de Ciro Gomes como presidente.
Ele lembrou que o próximo pleito eleitoral será o último com a possibilidade de coligação na chapa proporcional (vereadores, deputados estaduais e federais), o que aumenta sua importância na consolidação dos projetos do partido para 2020 (eleições municipais) e 2022 (eleições gerais). Também fazem parte da coligação das proporcionais no projeto para eleger Merisio governador o PSB, Podemos, PSC, PCdoB, PROS e o Solidariedade, além do PP na majoritária.
Se o candidato dessa ampla aliança se eleger, o PDT já tem garantias de que responderá pela área da Educação. “É o momento do PDT, não só em Santa Catarina, mas no Brasil todo”, finalizou Dias. Além disso, terá uma posição na chapa majoritária. Marcelo Sodré, vice-prefeito de Itajaí, será candidato à primeira suplência em uma das vagas ao Senado.
Carlos Lupi, que também foi ministro do Trabalho no governo Dilma Rousseff e, antes, no governo Lula, começou sua fala com o mesmo raciocínio. “Desde 1989 não tínhamos uma tão boa oportunidade como a que agora temos com o Ciro”, disse, lembrando da campanha de Leonel Brizola, o nome mais forte do pedetismo, à presidência da República.
Ele falou de um projeto desenvolvimentista para o país e citou vários nomes que considera fortes para a disputa de governos estaduais, como Jairo Jorge (PDT-RS), Osmar Dias (PDT-PR) em aliança com o grupo do senador Roberto Requião (MDB-PR), Gabriel Chalita (PDT-SP), Martha Rocha (PDT-RJ) e Kátia Abreu (PDT-TO), entre outros.
Apesar de não ter a cabeça de chapa por aqui, Santa Catarina é importante na estratégia do PDT para eleger Ciro Gomes. Tanto que ele estará por aqui no dia 10 de abril, mais especificamente em Itajaí, para uma palestra na Univali. Será a quarta vez de Ciro no estado nos últimos meses. Ele já passou por Florianópolis, Criciúma e Caçador.
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(Andréa Leonora, 28/03/2018)