Com a publicação do decreto 1.465 de 29 de janeiro de 2018, os guarda-vidas civis terão um aumento na indenização das atividades de praia, passando de R$125 para R$150 a diária. Em reunião no gabinete do comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, Coronel BM Onir Mocellin, nesta terça-feira (30), a novidade foi compartilhada entre o presidente e representantes da Associação dos Profissionais de Salvamento Aquático.
A majoração será paga de forma retroativa ao mês de janeiro, até o final desta semana, conforme previsão legal. Além disso, durante o encontro, os guarda-vidas apresentaram algumas reivindicações ao comandante, como a ampliação de horário de almoço para uma hora e meia, melhorias nas condições dos postos, além da reposição de materiais. A maioria das solicitações já havia sido acatada, como o intervalo para almoço de uma hora e meia e um período de 30 minutos de lanche à tarde.
Também foi estabelecida uma hora para atividades físicas diariamente, nas escalas de 12 horas, e a possibilidade de adotar a escala de seis horas para atuação. Sobre as melhorias nos postos de guarda-vidas, o coronel Mocellin afirmou que está visitando todos os postos espalhados pelo litoral. As demandas encontradas são pontuais e estão sendo repassadas aos comandantes locais para que as adequações sejam realizadas.
O modelo de atuação de guarda-vidas civis nas praias e balneários catarinenses busca integrar a população à atividade de salvamento aquático e proteção. O que é constitucionalmente aceito no Brasil e, inclusive, adotado em muitos países para suprir a demanda sazonal de segurança de turistas nas praias. A adesão à atividade de guarda-vidas acontece voluntariamente, mediante treinamento gratuito dos interessados.
“Os guarda-vidas vêm desempenhando uma excelente atuação. Eles são essenciais nas praias durante os meses de verão. Entretanto, não há justificativa e receita para o estado efetivar a contratação dessas pessoas para atuarem durante todo o ano, quando no inverno, por exemplo, não há nem público na praia,” explica o coronel Mocellin. Nos últimos 30 anos, os casos de afogamentos registrados em Santa Catarina nos meses de frio são acidentais e esporádicos, como embarcações naufragadas ou quedas de costões, aponta o comandante. “Nesses casos, nem a presença de guarda-vidas diuturnamente nas praias poderia ter evitado o pior”.
Atualmente, outro benefício concedido aos guarda-vidas veio com a publicação do decreto nº 1.333, de 16 de outubro de 2017, que passou a garantir seguro de vida para familiares e auxílio médico em casos de mortes ou acidentes ocorridos durante a execução da atividade. Assim, a categoria passa a ter uma segurança jurídica a mais em caso de eventualidades.
“Estamos evoluindo muito na atividade de salvamento nos últimos anos. E isso vem refletindo diretamente na segurança das pessoas com a diminuição do número de óbitos por afogamento no Estado, em áreas monitoradas por guarda-vidas”, disse o comandante-geral que tem mais de 30 anos de atuação no serviço de salvamento aquático do Corpo de Bombeiros Militar catarinense.
A Associação dos Profissionais de Salvamento Aquático defende que o serviço seja feito mediante contratação temporária e não no modelo atual adotado, que é o ressarcimento diário, mediante a atuação voluntária dos guarda-vidas. A proposta será analisada e levada para deliberação do conselho gestor do CBMSC.
*Com informações do Governo de Santa Catarina