Florianópolis – A cada 45 minutos ocorre um tipo específico de morte no Brasil. Não é por dengue, gripes, febre amarela ou sarampo, tampouco por cardiopatias, câncer ou acidentes automobilísticos. Essas mortes são por suicídio, uma epidemia silenciosa que coloca o Brasil na oitava posição do mundo em registros. Não é só. O Brasil também se destaca nos índices de automutilação e de violência contra a mulher, desde a psicológica até o feminicídio. Estes são os assuntos em debate no Seminário Regional de Promoção e Defesa da Cidadania, promovido pela União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), aberto agora pela manhã e com encerramento previsto para as 15 horas.
Mais dois dados são alarmantes: a cada 90 minutos, uma mulher é violentada no Brasil e, a cada dia, 14 milhões de jovens e adolescentes se automutilam, prática também conhecida como automutilação não suicida. Trata-se de infligir dor ou danos superficiais ao próprio corpo, mas não tem a intenção de causar morte.
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O seminário acontece no Auditório Antonieta de Barros, da Assembleia Legislativa, e reúne representantes não só de Santa Catarina, mas também do Paraná e do Rio Grande do Sul. Além disso, também participam técnicos dos ministérios da Justiça, Cidadania, Saúde, Educação, Direitos Humanos, Conselho Nacional de Justiça e Conselho Nacional do Ministério Público. Conforme explicou o presidente da Unale, o deputado estadual catarinense Kennedy Nunes (PSD), são esses técnicos que vão se reunir e definir as principais propostas colhidas nas cinco regiões do país. Com base nesse material, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) vai desenvolver uma política pública sobre os temas, a ser implementada nacionalmente.
O mesmo evento já aconteceu nas regiões Centroeste, em Brasília, e Norte, em Manaus. Depois de Santa Catarina serão realizados mais dois, nas regiões Sudeste e Nordeste, Rio de Janeiro e Pernambuco, respectivamente. O material compilado nas cinco regiões será entregue à FGV durante a Conferência Nacional da Unale, na Bahia. “É impressionante como tem entidades, igrejas, órgãos governamentais, terceiro setor fazendo de tudo para ajudar de alguma forma para baixar o número de ocorrências. Só que é como se fosse uma orquestra sem partitura e cada músico tocando a sua música. Agora estamos escrevendo uma partitura única para que todos toquem a mesma música em defesa da vida”, comparou Kennedy Nunes.
Por Andréa Leonora – CNR-SC/ADI-SC/SCPortais