23/05/2019
Deputado Maurício Eskudlark, líder do governo na Casa, agradeceu e elogiou o trabalho realizado pelo Legislativo | Foto: Solon Soares/Agência AL
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Florianópolis – O governo espera alcançar R$ 124 milhões de economia por ano com a aplicação das mudanças previstas na reforma administrativa aprovada no final da tarde de ontem, quarta-feira (22) pela Assembleia Legislativa. Até o final do mandato do governo Carlos Moisés/Daniela Reinehr, a expectativa é próxima de R$ 500 milhões de redução de gastos com a reestruturação da máquina pública. Com isso, o governador acredita que terá melhores condições para o equilíbrio das finanças do Estado.
Essa economia só passou a ser possível com a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 08/2019, em primeiro e segundo turnos, e também da redação final, pela unanimidade dos deputados presentes. Encaminhado pelo Executivo no final de março para análise do Legislativo, a proposta tramitou em regime de urgência. Os prazos foram cumpridos e o texto original foi mantido em sua essência, conforme reconheceu o secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba.
A tramitação exigiu um esforço concentrado dos parlamentares. Ainda que todos tenham efetivamente participado, quer em reuniões de comissões, quer nas três audiências públicas, seis se destacaram – os presidentes e os relatores das três comissões que analisaram o PLC, apontaram incoerências, tiraram dúvidas com as equipes do governo, receberam e encaminharam as emendas dos colegas, fizeram reunião atrás de reunião, incluindo aí as audiências abertas à participação da sociedade.
São eles o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Romildo Titon (MDB), e o relator, Luiz Fernando Vampiro (MDB); o presidente da Comissão de Finanças e Tributação, Marcos Vieira (PSDB), e o relator, Milton Hobus (PSD); e a presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, deputada Paulinha (PDT), e o relator, deputado Volnei Weber (MDB). Para esse grupo, somando aí assessores, técnicos legislativos e técnicos do governo, os últimos 45 dias foram sem finais de semana livres, com o trabalho não raro entrando pela noite.
O resultado
Mais do que uma simples aprovação, o trabalho realizado nesse período de tramitação da reforma administrativa mostrou a maturidade dos dois poderes, Legislativo e Executivo. Foram deixadas de lado, mesmo que momentaneamente, as diferenças e as disputas político-partidárias em favor da construção de um projeto que pode até não ser de Estado e tampouco de governo, mas é o projeto pretendido pelo governador Moisés e sua equipe, com a perspectiva de, com as mudanças, poderem governar com mais tranquilidade.
Matéria produzida pela Agência AL de Comunicação, traz a lista das principais mudanças na estrutura do governo a partir da implantação do que está previsto no texto aprovado ontem. O levantamento foi feito pelo jornalista Marcelo Espinoza. Veja abaixo:
Perdem o status de secretaria de Estado:
- Defesa Civil
- Comunicação
Serão extintas:
- Todas as agências de desenvolvimento regional (ADRs)
- Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte (SOL)
- Secretaria de Estado do Planejamento
- Secretaria Executiva de Supervisão de Recursos Desvinculados
- Secretaria Executiva de Assuntos Estratégicos
- Secretaria Executiva de Gestão dos Fundos Estaduais
- Secretaria Executiva de Articulação Estadual
- Secretaria Executiva de Habitação e Regularização Fundiária
- Secretaria Executiva do Programa SC Rural
- Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), cujas competências serão transferidas para a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SEI)
- Departamento de Transportes e Terminais (Deter), cujas competências serão transferidas para a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SEI), com exceção das atribuições de fiscalização e regulação do transporte intermunicipal de passageiros, que ficarão sob responsabilidade da Agência Reguladora (Aresc)
- Santur (Santa Catarina Turismo). Em seu lugar surge a Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina, com a mesma sigla (Santur)
Como ficarão as secretarias de Estado:
- Secretaria de Estado da Administração (SEA)
- Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa (SAP), no lugar da Secretaria de Justiça e Cidadania (SJC)
- Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR)
- Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE)
- Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (SDS), no lugar da transformação da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST)
- Secretaria de Estado da Educação (SED)
- Secretaria de Estado da Fazenda (SEF)
- Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE)
- Secretaria de Estado da Saúde (SES)
- Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP)
Estruturas vinculadas ao Gabinete do Governador:
- Casa Civil – mantém o status de secretaria de Estado
- Procuradoria-Geral do Estado (PGE)
- Controladoria-Geral do Estado (CGE) – criada na reforma
- Defesa Civil do Estado – mantém o status de secretaria de Estado
- Gabinete da Chefia do Executivo
- Secretaria Executiva de Assuntos Internacionais (SAI) – criada na reforma
- Secretaria Executiva de Integridade e Governança (SIG) – criada na reforma
- Departamento Estadual de Trânsito (Detran)
- Fundação Catarinense de Cultura (FCC)
- Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte)
- Conselho de Governo
- Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur) – criada na reforma com o objetivo de substituir a empresa pública de mesmo nome.
Estruturas vinculadas à Casa Civil:
- Secretaria Executiva de Articulação Nacional (SAN)
- Secretaria Executiva da Casa Militar (SCM)
- Secretaria Executiva de Comunicação (SEC)
Será criada, ainda, a Secretaria Executiva de Meio Ambiente, vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE).
A reforma oficializa a instituição do Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial, que vai gerir as ações da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Por Andréa Leonora
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