O ciclone bomba, fenômeno que começou a atingir o Brasil, começando pela região sul, na terça-feira, 30, causou uma dezena de mortos e deixou um rastro de destruição. Com ventos atingindo 120 km/h, o equivalente a um furacão de categoria 1, na escala Saffir-Simpson, o bomba destelhou casas, derrubou árvores, interrompeu o fornecimento de energia elétrica. Além disso, fez nove vítimas fatais em Santa Catarina e uma no Rio Grande do Sul. Rajadas de até 90 km/h são esperadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná nesta quarta-feira, 1º.
Todas as regiões de Santa Catarina foram afetadas , com estragos em mais de 100 municípios. Segundo a Celesc, mais de 50% da população ficou sem energia elétrica entre a tarde de terça e esta quarta-feira, 1º. As nove mortes em SC foram registradas em sete cidades: Tijucas com três mortos; Chapecó, Santo Amaro da Imperatriz, Governador Celso Ramos, Ilhota, Itaiópolis e Rio dos Cedros tiveram uma morte cada. Duas pessoas ainda estão desaparecidas: em Brusque e em Tijucas.
No Rio Grande do Sul, um homem morreu soterrado após um deslizamento de terra em Nova Prata, na Serra Gaúcha. Ele trabalhava em uma construção no momento do desmoramento. Em Balneário Camboriú, três trabalhadores da construção civil foram surpreendidos em cima de um andaime. O ciclone bomba fez a estrutura balançar e eles tiveram momentos de pânico. Para se salvar, eles quebraram o vidro da janela de um apartamento.
Momento em que trabalhadores da construção civil conseguem deixar andaime e se abrigar em um dos apartamentos do prédio. Mais sobre a cobertura do ciclone que passou por Santa Catarina no http://t.co/Tjf22qytqX pic.twitter.com/axBCWBqJPA
— SC Portais de Notícias (@scportais) July 1, 2020
Efeitos em Santa Catarina
Na capital do Estado, segundo a Prefeitura, aproximadamente 300 árvores foram derrubadas. Duas mil residências ou estabelecimentos sofreram algum dano no telhado ou na cobertura. O ciclone bomba também deixou 250 pessoas desalojadas em Florianópolis. Elas se deslocaram para a casa de parentes ou amigos.
Em Palhoça, na região metropolitana, 10 unidades de educação foram afetadas. Um ginásio perdeu o telhado com a força do vento. Em Biguaçu, uma torre de um supermercado despencou, quebrando parte da estrutura do prédio. Na cidade, a central de triagem para pacientes do coronavírus foi totalmente destruída.
O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina somou mais de 1,6 mil ocorrências somente entre terça e as 7h30 desta quarta. Mais de mil soldados ficaram empenhados nos trabalhos, com o auxílio de 380 viaturas. A Celesc está com 300 equipes nas ruas para normalizar a oferta de energia.
“Quanto mais baixa a pressão atmosférica numa determinada área, mais tem elevação de ar e nuvens carregadas.” O fenômeno acontece, geralmente, associado a contraste de temperatura. Há poucos dias, houve calor histórico e agora há incursão de potente massa de ar polar”, disse a meteorologista Estael Sias.